quarta-feira, 27 de abril de 2011

Feliz pascoa atrasada e conto novo!

Boa tarde galera e Feliz pascoa atrasado, mals pelo tempo sem posta, acho que agora vai se menos frequente ainda, vou tenta fazer um post por semana, se eu consegui assunto (haushaushaus). Bom hoje vou postar um conto que eu acabei de termina o/.. Criticas serão bem vindas *-*

Eles

Seria uma quinta – feira qualquer, não fosse os acontecimentos dos últimos meses, escrevo nesse caderno os meus últimos dias nessa terra, solitário a procura de mais sobreviventes. Estamos no dia 24 de fevereiro de 2011, meu nome é Nicolas, tenho 24 anos e vou começar a contar minha história aqui, do começo.

Os primeiros casos da epidemia que ia “quase” extinguir a raça humana, quase por que ainda estou aqui, eu e “eles” claro, mas como “eles” não são humanos isso não conta, falarei mais sobre isso depois,  começaram em 17 de setembro de 2010 na Europa. A França foi a primeira a ser afetada, fechando suas fronteiras para o resto do mundo, depois Alemanha e Espanha, daí Portugal, Itália e dois meses depois em novembro, a Europa já estava em calamidade, ninguém entrava nem sai do continente, não havia mais noticias de lá, todas as emissoras e rádios europeias tinham saído do ar, nesse ponto a Ásia já se encontrava em quarentena também e pequenos casos isolados, do que era chamada de gripe do século, começaram nas Américas, Estados Unidos, Brasil, Cuba e Argentina já tinham casos confirmados. A epidemia se espalhava a uma velocidade incrível, coisa de uma ou duas semanas, então os casos próximos a minha casa começaram, vizinhos não eram mais vistos, ambulâncias entrando e saindo da minha rua toda a hora, amigos de infância morrendo, lembro do meu pai estocando comida em casa e depois disso não saiamos mais para rua, mesmo assim a doença chegou a minha família, todos ficando doente menos eu. Fiz o que pude para manter minha família bem, mas mesmo assim eles começaram a se ir, um por um, meu pai primeiro, depois minha mãe e por ultimo minha irmã, então só restou eu, ninguém veio busca –los, sobrou para mim fazer um enterro decente, dói lembrar disso, mas acho que é necessário que eu conte, esse foi o começo da minha história até aqui.

Depois disso, vivi sozinho por um tempo, em minha antiga casa, mas era duro para eu ficar lá, então decidi que era hora de partir, reuni o restante da comida que sobrara e algumas roupas. Peguei o carro do meu pai, um antigo opala comodoro, 1997 e encarei o mundo devastado. Depois de uns três meses sem sair de casa, me apavorei com a situação da minha cidade, desolada é a palavra certa, as casas dos meus vizinhos, todas abandonada, brinquedos pelos pátios, casas fechadas, animais pelas ruas, cães, gatos e ratos, pelo visto não eram afetados pela “gripe”, os únicos habitantes ainda vivos de uma cidade pós apocalíptica. Com o tempo você vai se acostumando com o vazio e a desolação, mas naqueles dias, eu ainda não havia me acostumado, a coisa parecia mais sinistra do que em um filme de terror barato, o sentimento de se saber, ou melhor, achar que se está sozinho em uma cidade, que todos os outros haviam morrido era angustiante e imaginar isso em uma escala mundial, era pior ainda, mas claro que mais tarde vim a descobrir que não era o único a andar pela terra, apesar de parecer, não estava sozinho. O que mais me incomodava e ainda incomoda, é não saber o porquê de eu não ter sido afetado pelo vírus, uma cidade e talvez o mundo fora desolados por essa epidemia e eu ainda continuava vivo, nem um único sintoma, uma única febre, dor de cabeça, nada, totalmente são, enquanto outros definhavam. Passava o dia viajando e quando a noite começava a cair, procurava algum lugar para ficar, às vezes em uma casa abandonada, sempre verificando se não havia cadáveres ou animais, às vezes em beiras de estradas, jantava comida fria, dormia em um sofá ou numa barraca. A coisa estava começando a se tornar suportável, comecei a me conformar com minha situação, afinal já passara por tantas cidades e todas vazias, sem um único sinal de vida, ando armado, só por precaução e por que as vezes dou sorte de arrumar alguma carne fresca pelas beiras das estradas, pequenos animais, galinhas e até uma vaca uma única vez até agora, mas parando de ladainha, vou contar a parte importante dessa história, vou falara sobre “eles” e como os encontrei.

Depois de inúmeras cidades desoladas e vazias, cheguei a uma no interior do Brasil, mais especificamente falando no estado de Mato Grosso, não sei o nome da cidade, a essa altura nem me preocupava mais em saber, depois de muitas que eu já havia passado depois que sai do meu estado, Rio Grande do Sul, só me preocupava em encontrar alguém vivo, mas já estava começando a perder as esperanças. Precisava me reabastecer também, minha meta era chegar até o Canadá e se até lá não encontrasse ninguém, viveria minha vida lá, longe das lembranças do meu antigo país devastado. Mas foi ai que tudo mudou, encontrei bem mais que sobreviventes, encontrei com algo que nem imaginava me deparar. A cidade era pequena, não havia muita coisa por ali, na verdade me lembrou muito aquelas cidadezinhas norte americanas, que aparecem em filmes de terror estilo B, rua principal onde ficava o comércio da cidade e o resto, moradia de habitantes, havia uma pedreira no fim da rua principal também, parei na frente de um pequeno hotel de quatro andares, pequei algumas malas com comida, roupas e arrumei um quarto para passar a noite, na verdade aquela cidade era tão angustiante, que não passaria ali mais de uma noite, ou pelo menos era o que eu pretendia. Foi a noite que vi eles pela primeira vez e talvez a ultima. Era um pouco mais da meia noite e não conseguia dormir, então pensei em espiar a vizinhança por um tempo, foi ai que vi uma pessoa perto do meu carro, fazia tanto tempo que não via alguém que até me assustei, minha primeira ideia foi pegar o revolver e trancar a porta, era o que eu devia ter feito, mas como ia adivinhar, parecia tão humano, fiquei um tempo observando aquele ser que examinava meu carro, então tomei coragem e desci até lá, a coisa mais estúpida que já fiz em minha vida. Cheguei à porta do hotel e olhei para a pessoal ali próxima ao meu carro, usava um sobretudo de lã preto, um chapéu, também preto, calça social preta e uma gravata vermelha, por cima de uma camisa branca, a principio não vi seu rosto, olhava para dentro do carro com a cabeça meio baixa, nem havia percebido minha presença.

-Senhor! – tomei coragem e resolvi chamá-lo – Ei, amigo, tudo bem? – finalmente ele havia me ouvido, o homem que examinava meu carro, levantou a cabeça, havia um pouco de luz vindo de um poste, sim em alguns lugares, graças a Deus ainda havia energia elétrica, e o que eu vi foi tão assustador, que por alguns segundos achei que estava no meio de um pesadelo, não havia olhos, só negrume, órbitas totalmente negras, no lugar de sua boca havia um buraco, como de uma sanguessuga, redondo e cercado de fileiras de dentes pontiagudos, deu a volta no carro e eu um passo para trás ainda segurando a porta do prédio, vi que estava com as mãos nos bolsos, logo me veio à cabeça garras em lugar dos dedos, e o que eu vi quando ele tirou as mãos dos bolsos foi totalmente diferente, eram quase tentáculos, os dedos haviam se unido e virado três dedos ao invés de cinco, uma gosma escorria pelas mangas do casaco e ensopavam as mãos da criatura, nesse momento não aguentei mais, recuei e fechei a porta, a criatura avançou com uma velocidade predatório e se jogou contra a porta, achei que ia derrubá-la, mas a porta aguentou o tempo suficiente para eu poder trancá-la. Atônito fiquei parado próximo ao balcão do hotel, observando aquela coisa se esfregando na porta, me olhando como se eu fosse o prato principal, até que ele desistiu de abrir a porta e seguiu pela calçada, corri para meu quarto, para ver se conseguia ver a coisa da janela, quando cheguei lá, vi ele dobrando a esquina, parei e fiquei pensando no que havia acontecido, decidi sair dali naquele mesmo instante.

Juntei minhas poucas tralhas, coloquei o revolver na cintura, a espingarda nas costas e desci a escadaria, quando cheguei ao Hall da porta, para minha surpresa ele estava de volta e pior ainda, havia trazido companhia, havia mais três junto com ele, dois se esfregavam na porta, acho que tentando achar um meio de abri –lá, bom nisso deu para perceber que essas coisas, sejam lá o que forem, não eram nem um pouco inteligentes, para minha sorte. Fiquei imaginando se um tiro de revolver matava aquelas coisas, precisava sair dali, podia haver mais e isso não seria nada bom, foi quando ouvi um barulho que parecia ter vindo do que era a cozinha do restaurante, logo pensei na porta dos fundos, nunca imaginei que poderia me deparar com algo assim, nunca verifiquei as entradas das residências onde ficava, o que agora eu via que era muita idiotice minha. Caminhei até a cozinha, com o revolver na mão, esperando encontrar qualquer coisa por lá, a cozinha estava escura, acendi a luz, aparentemente não vi nada, mas o barulho ficou mais alto, parecia algo viscoso se arrastando pelo chão só o barulho já me atormentava, imaginava uma criatura daquelas, sem membros se arrastando pelo chão, como uma sanguessuga gigante, abrindo e fechando aquela boca cheia de dentes nojenta, logo vi a porta dos fundos, estava fechada, mas apostava todas as balas que tinha que não estava trancada, fui até lá e tranquei a porta, o barulho continuava, mas a cozinha era pequena e eu não via nada pelo chão, então notei uma porta na parede, uma porta de aço, com uma maçaneta grande, um frigorífico, não para minha surpresa, a porta estava aberta, seja o que forem essas coisas, elas não gostam da luz, a coisa se esgueirou até lá quando acendi a luz, fechei a porta e tranquei a coisa lá, seja o que fosse não queria olhar para ela, nem nos piores pesadelos queria ver algo daquele tipo. Sai da cozinha e voltei para o hall do prédio, havia muitos lá fora agora, estavam começando a cercar o prédio, como não havia como sair, voltei as escadas, subi até  pro ultimo andar, quando estava nas escadas escutei a porta de vidro do hall se quebrando, no ultimo andar desse prédio velho e empoeirado, me escondi em um dos quartos, bloqueie a porta como pude e agora estou aqui, sentado no chão, com a luz da janela iluminando o quarto, escutando aquelas coisas saídas do inferno se esgueirando pelos corredores, me farejando. Eles vão me encontrar aqui é só questão de tempo, fico imaginando aquelas coisas humanóides com bocas de sangue suga, me caçando pelos corredores desse prédio, vou matar quantos eu puder e morrer antes de eles encostarem em mim. Se alguém estiver lendo isso agora e ainda não tiver se deparado com eles, sai dessa cidade imediatamente, se não corpo não estiver perto desse caderno é por que talvez eu tenha sobrevivido, ou me tornei um deles e posso está te observando agora mesmo.

Um comentário:

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